Como quase tudo na culinária, os cookies com gotas de chocolate também foram um acidente na cozinha.
Uma das versões dessa história tem como protagonista Ruth Graves Wakefield.

Ela se formou em 1924 em Artes do Trabalho Doméstico, o que hoje acho que chamaríamos de Economia Doméstica, que lida com as áreas de alimentação, higiene, saúde e vestuário familiares e de empresas. Enfim, por anos ela trabalhou e ensinou culinária até que, em 1930, o marido e ela compraram um hotel em Whitman, Massachusetts, o Toll House Inn.



Nossa querida Ruthinha era responsável por cozinhar e servir todas as refeições do hotel. Os hóspedes amavam, e ela ficou reconhecida na região por arregaçar nas sobremesas.
Uma belo dia, fazendo biscoitos de chocolate ela percebeu que não tinha um ingrediente para a receita, "baker's chocolate" (Baker's Chocolate na realidade é uma marca de chocolate, hoje eles tem diversos produtos e pertencem a Kraft Foods. O produto baker's chocolate da história, acredito que seria um chocolate de fácil derretimento). Enfim, Ruth, sem seu chocolate de costume pegou uma barra de chocolate meio amargo Nestlé, picou em cubinhos e misturou a massa, acreditando que esse chocolate iria derreter e se misturar ao restante da massa, como o baker's chocolate fazia. Bom, o erro dela em acreditar nisso rendeu a receita de cookie mais famosa dos Estados Unidos.



O chocolate que Ruth usou em sua receita foi um presente do próprio Andrew Nestlé. Os cookies do Toll House Inn foram ficando famosos e a receita cada vez mais popular... Isso fez a venda das barras de chocolate Nestlé aumentarem significativamente. Ruth vendeu a receita para a Nestlé, que providenciou para a moça um estoque vitalício de chocolate. Foi criada uma marca, Toll House Cookie, e na embalagem de cada um deles vai impresso a receita original da Ruthinha, até hoje! Olha que amor.
A receita que vou passar não é exatamente a da Ruth, mas bem próxima.








Ingredientes:
1/2 xícara (100g) de manteiga sem sal, temperatura ambiente (é muito importante! Não vale roubar derretendo)
1/4 xícara de açúcar cristal (pode ser o refinado também, mas se tiver cristal melhor)
3/4 xícara de açúcar mascavo
1 ovo grande
1 colher de chá de extrato natural de baunilha (Maria Vanilla é minha própria marca, se quiser um vidrinho entre em contato. Depois escrevo mais sobre o extrato!)
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1/2 colher de chá de sal
1 3/4 xícara de farinha de trigo
1/2 de xícara de gotinhas ou chocolate picado ( eu separo algumas gotinhas a mais para colocar depois de assar, assim elas ficam aparentes)

Modo de preparo:
- Pré aqueça o forno a 180 graus
- Bata na batedeira a manteiga e os dois tipos de açúcar até ficar bem fofo
- Continue batendo, adicione a baunilha e o ovo até ficar bem homogêneo
- Misture o bicarbonato e o sal
- Misture aos poucos a farinha (sem batedeira, pode ser com uma espátula)
- Adicione as gotas de chocolate, até que estejam bem distribuídas
- Com ajuda de duas colheres, faça bolinhas.
- Coloque em uma assadeira forrada com papel manteiga ou alumínio, com 5cm de distância entre elas.
- Asse de 12 - 20 minutos, até eles ficarem com as bordinhas douradas

(Os cookies ficam moles ao sair do forno e endurecem ao esfriar)

Frio, coberta e... Chocolate quente!



América. Século XVI. Os espanhóis chegam ao México e lá ficam maravilhados, principalmente com os astecas: guerreiros vestidos de ouro, plumas e bebendo um milagre... chocolate com pimenta! Sua civilização esteve no auge entre 1200 e 1520, ano em que foram traídos pelos espanhóis e o império entrou em declínio.



Os astecas acreditavam que as sementes do cacau haviam sido um presente de Quetzalcóatle, deus meio pássaro meio serpente. Ele as trouxe do céu, em uma de suas visitas relâmpago. Contavam isso enquanto serviam chocolate tranquilamente sentados no topo de seu império que, sem saberem, chegava ao fim. A civilização que viveu seu auge por 300 anos nem desconfiava que aqueles novos amigos, seriam responsáveis pela sua destruição. Apesar dos astecas falarem a língua náuatle, os espanhóis, debruçados sobre suas taças de chocolate ouviam as histórias com curiosidade, atentos a todos os detalhes.

O cacau era muito valorizado na época. Chegou até a ser falsificado, preenchiam as sementes com barro! Destas sementes se preparava uma bebida espumante, boa parar curar tosse, febre e ansiedade, mas só era servida para pessoas consideradas importantes, como sacerdotes e o imperador. Xocoalt em náuatle quer dizer "água amarga", e além de amarga, era servida com pimentas... algumas vezes era adicionado flores, ervas, mel e baunilha à bebida. Foi o próprio imperador Montezuma II, que tomava vinte (VINTE!) taças por dia que serviu o "drink" ao conquistador espanhol Hernán Cortés. O espanhol guardou algumas sementes consigo para presentear o rei Carlos V quando voltasse a Europa. Lá a bebida forte a base de água provocou desmaios na corte. Mas eles adoraram! No século XVIII é que se misturou leite ao chocolate.

Nem sei muito o que dizer, apenas agradecer aos deuses por essa maravilha já inventada.

Minha receita não chega a ser uma asteca, mas eu gosto da pimentinha de fundo. Eu usei uma pimenta da Amazônia forte pra #$&%! (caramba): "Trata-se da mistura de pimentas torradas e socadas com sal. Produzidas pelas mulheres Baniwa, faz parte de um sistema agrícola indígena do rio negro, já tombado como patrimônio cultural do Brasil. Esse povo vive na região noroeste do estado do Amazonas, na Terra Indígena Alto Rio Negro, bem como na Colômbia e Venezuela".











Aqui vai minha receita!

Ingredientes:
2 xícaras de leite integral
1 colher de sopa de mel (eu adocei o meu com açúcar mascavo)
85g de chocolate meio amargo (ou amargo, é que é mais caro e mais difícil de achar)
1 colher de sopa de cacau em pó
1 pitada de pimenta em pó (dose de acordo com seu gosto, no meu caso a pimenta é tão forte que eu coloquei só 6 floquinhos)

Modo de Preparo:
Coloque tudo numa panelinha e mexa até derreter. Eu gosto de misturar com um batedor fué. Sirva quente.

Você pode tentar substituir os ingredientes, as pimentas, o modo de adoçar. As vezes gosta mais chocolatudo, as vezes mais ralo. Na cozinha tudo vale!



Obrigada, Astecas!

Bem aventurados aqueles que não gostam de doces!
Pois hoje depois da janta eu senti a língua formigar, a mão suar, o coração bater mais rápido... eu queria açúcar. O efeito de dependência que o açúcar provoca seria semelhante ao de outras drogas, como tabaco, álcool e cocaína. Até a forma de extração da natureza é parecida: o princípio ativo de uma planta é transformado em um pó fino e branco que vicia e dá energia.



Nada ia me satisfazer. Olhei a dispensa: bolachas, balinhas... não, não era isso que eu queria. Por fim, cortei uma banana, coloquei uns pedaços de chocolate para cobertura em cima e taquei no microondas. Era isso, meu vício foi satisfeito. Mas por quê? Porquê essa ânsia por um doce vem assim, de forma tão avassaladora?

O açúcar vicia e nós amamos o docinho porque ele alivia o estresse. O estresse pode aumentar o consumo de comida mais "apetitozas", que tendem a ser ricas em gordura e açúcar.

"Ele afeta os mensageiros químicos cerebrais serotonina (que dá sensação de bem-estar) e dopamina (recompensa). O efeito não é exatamente o mesmo causado pelas drogas, mas pode, sim, "bagunçar" cérebro e corpo e "viciar", podendo levar a compulsão alimentar." disse o endocrinologista, Dr. Filippo Pedrinola.

Um estudo recente da Universidade da California também comparou dois grupos de 19 mulheres. O primeiro grupo ingeriu durante 12 dias bebidas adoçadas com açúcar. O segundo grupo bebidas adoçadas com aspartame. Após esse período todas foram submetidas a testes sangüíneos e escaneamentos de atividades cerebrais. O resultado foi...

As mocinhas que tomaram a bebida com açúcar tinha menos cortisol (hormônio associado ao estresse) no sangue. Também houve a diminuição de atividades em regiões do cérebro relacionadas ao medo, ansiedade e estresse.

Isso é bom? Quem dera! Os pesquisadores ficaram preocupados."Nós especulamos que os efeitos de amortecimento de estresse que o açúcar trouxe, pode promover o consumo excessivo diário que pode aumentar o risco de obesidade e depressão."

Precocupante, mas o ministério da saúde adverte... Esse blog continuará compartilhando receitas de doces.

Todo mundo tem um bolo que não deu certo no currículo. No meu caso... tenho vários. Uma vez na vida eu acertei um bolo legal mesmo, e até hoje foi o melhor bolo de chocolate que eu já comi na V.I.D.A. E fui eu que fiz! Sorte, eu acho. Todos os outros ficaram OK, nada demais, alguns não cresceram, ficaram secos, outros murcharam e alguns já deram totalmente errado... E eu nunca entendo, sigo a receita, o bolo da menina fica show e o meu uma sola de sapato?

Pois é, foi o que aconteceu comigo nesse último bolo. E, não entendendo o por quê dessa tragédia na minha vida, eu fui atrás de fatos que me dessem uma luz para compreender a barra que foi segurar esse forninho.



A Mari, do projeto Banquete (sensacional, por acaso.) fez um vídeo dando dicas pro seu bolo dar certo... Olha lá Mari, se eu tivesse visto antes, heim!


Será que o próximo vai crescer?

Smoothie é uma delícia no café da manhã, lanche da tarde ou só pra dar aquela forrada na barriga de leve.
Meu favorito feito em casa é o de framboesa. Encontrei as frutinhas congeladas numa cidade no sul de Minas Gerais, perto de Campos do Jordão há mais de um ano atrás e aguentaram no freezer firme e fortes (tá, elas viraram uma massaroca depois de um tempo, vide imagens). Acho que não deve ser difícil encontrar framboesas ou amoras congeladas nos mercados, se não me engano a marca TAEQ dos mercados Extra e Pão de Açúcar tem.

A primeira receita do blog não faz jus ao nome do mesmo. Afinal, não tem nada gordo nessa aqui.
O meu foi de framboesa mas você pode congelar qualquer fruta e bater depois... O ideal é que ela esteja congelada mesmo.







Ingredientes:
- 170g de iogurte natural
- framboesa congelada
- Meia banana
- Mel para adoçar

Modo de preparo:
Taca tudo no liquidificador e seja feliz!

A banana não dá gosto no smoothie, mas ela é necessária pra dar a consistência.